segunda-feira, 22 de março de 2021

NA PELE DE ... - VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS


A língua portuguesa encontra-se em constante alteração, evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado. O uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e necessidades.



Tomando como ponto de partida um texto de Carlos Drummond de Andrade, foi pedido aos alunos que selecionassem uma outra situação e reescrevessem o texto, fazendo as alterações necessárias.


Dois adolescentes


Dantes, chamavam às raparigas gajas. Elas eram todas niquentas e muito manientas. Não faziam anos, elas ganhavam beleza, mas só depois dos 18. Os betos, mesmo sendo certinhos, andavam sempre a namoriscar, todos apaixonados, mas estavam sempre sozinhos.

B. R. (9ºB)

Há “bué” tempo atrás, as "miúdas'' chamavam-se mesdemoiselles e achavam-se bué boas. Tipo, não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os betos, mesmo sendo marmanjos, atiravam-se” a elas, mas levavam logo um fora.  

L. C. (9ºB)

Tás a ver, há” bué tempo, as gajas eram todas mesdemoiselles. Eh pá, nem sabes, todas mimadas e cheias de prendinhas. E tu nem imaginas, só te digo: pirosice total. Elas não faziam anos: completam primaveras. E tás a ver aquele gajo todo piroso que acha que se veste bem e até é romântico para a gaja dele...  Ela toda apanhadinha por aquele paneleirote, mas nem ela imagina que ele ainda nem esqueceu a outra. É mesmo mulherengo. Esta atitude parva dele só o expõe mais: um autêntico falso.

M. S. (9ºB)


- Olha, sabias que dantes as mulheres chamavam-se mesdemoiselles?
- Ya… , e eram frágeis e delicadas, mas ao mesmo tempo tinham conhecimentos e tinham capacidades de fazer várias cenas. Elas também não faziam anos, faziam primaveras. Tipo, dezoito anos.
- Ah! E os gajos, mesmo sendo adultos, andavam a engatar as mulheres, mas ainda estavam a ser cuidados pelos pais.

C. M. (9ºA)

- Há  bué da tempo, as raparigas eram bué, tipo, mimadas., Achavam que sabiam tudo!

- Mesmo, mas quando perguntavam a idade a qualquer uma, diziam sempre que tinham dezoito.

- Então, e os rapazes?! Armados em bons, queriam ter uma cena com elas, tentando dar-lhes sempre a volta.

- Lol! Mas para quê? Mais valia estarem quietos e irem para outras.


M. M. (9ºA)


Antigamente, as bacanas chamavam-se “mesdemoiselles” e eram todas delicadas e uma beca habilidosas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito.  Os chiques, mesmo sendo bons gajos, namoriscavam-nas, arrastando a asa, mas ficavam longos meses à espera de ouvir um ”sim”.

B. G. (9ºB)



Duas mulheres do povo



No meu tempo, as cachopas chamavam-se “demoiselles”  ou lá como era e eram todas mimadas e cheias manias. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os catraios  ficavam no paleio . C’ os diabos! Ficavam anos a dar-lhes música antes de lhes botar as mãos. E lá iam eles atrás de outro rabo de saia.



Dois alentejanos

- Olá, meu amigo!

- Olá, nem sabe o que descobri hoje, compadre!

- Diga lá, que tempo não falta…

- Então, sabia que antigamente essas moças chamavam-se senhoras e eram todas carinhosas e muito chiques! Só para o compadre perceber: elas nem aniversários faziam, eram primaveras, normalmente dezoito, e os rapazes, mesmo sendo matulões, namoravam as moças todas, mas ficavam muito tempo a tentar esquecer.

- Mas, e onde é que ouviu isso?

- Estava ali passando, na esquina do café e acabei por ouvir duas comadres conversando.


R.M (9ºC)

Calão

No tempo da Maria Cachucha , as gajas chamavam-se “mesdemoiselles” e eram todas pipis e boas como o milho. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os chavalos, mesmo estando bem vestidos, faziam de tudo para lhes deitar as mãos, mas encanavam a perna à rã, a pensar como poderiam fazer para as galar.


Variedade brasileira

No passado, as meninas se chamavam garotas e eram todas um docinho e muito meigas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os caras, mesmo sendo meninos grandes, paqueravam-mas . Puxa vida! Ficavam  longos meses esperando uma  chance. Beleza!



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